sábado, 21 de março de 2009

ANA/SRH/COGERH REALIZAM TREINAMENTO CADASTRADORES





VÍDEO SOBRE...


SITUAÇÃO DA ÁGUA NO BRASIL



ANA/SRH/COGERH REALIZAM TREINAMENTO CADASTRADORES
A Cogerh, realizou de 09 a 13 de março no Auditório do Espaço das Águas, um curso para Treinamento dos Cadastradores

A Cogerh, realizou de 09 a 13 de março no Auditório do Espaço das Águas, um curso para Treinamento dos Cadastradores. O evento contou com a participação e coordenação do Dr. Ariel Mera, especialista em geoprocessamento e gerente de Cadastro da Superintendência de Outorga e Fiscalização da Agência Nacional de Águas-ANA, do gerente de Outorga e Fiscalização Paulo Miranda, da coordenadora de Fiscalização da Cogerh, Nice Cunha e da empresa GEOSOLOS, que foi a vencedora da licitação realizada pela a ANA, trazendo a sua equipe de cadastradores para participar do Treinamento.


Segundo o Dr. Ariel, o objetivo maior do Treinamento é identificar, cadastrar e atualizar as informações existentes sobre os usuários das Bacias transpositoras do Rio São Francisco no Estado do Ceará, transmitindo aos treinandos a filosofia de trabalho e como o sistema opera para atividades futuras de planejamento, operação e regularização dos usuários de um modo geral. “Quando a transposição estiver funcionando a operadora precisa de informações atualizadas e de um alto nível de confiabilidade”, finalizou Ariel Mera.

Em um esforço conjunto da ANA/SRH/COGERH, todos os usuários têm que se cadastrar e manter essas informações atualizadas para o Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos-CNARH. O curso está começando pelo Ceará, onde abrange três Bacias: Salgado, Médio e Baixo Jaguaribe e Banabuiú. A experiência do Ceará será adotada ainda este ano nos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco por onde passará a transposição.


Foram apresentados pelos instrutores do Treinamento: Noções de Sistema de Irrigação e Saneamento, por Paulo Miranda (Cogerh), Noções de Cartografia, Ariel Mera (ANA), Política de Recursos Hídricos, Nice Cunha (Cogerh), Técnicas de Abordagem, Mires Bouty (Cogerh), Instruções para a Atualização do CNARH, Maurício Monteiro (ANA) e apresentação do Sistema que vai ser utilizado, por Rovan da GEOSOLOS. O cadastro é muito importante para que os usuários de cada Bacia saibam administrar o manejo da água para os diversos usos.

Dentro das etapas previstas pela a ANA em parceria com a SRH e Cogerh, os cursos serão ministrados para os Cadastradores de cada empresa, de forma a transmitir o conhecimento necessário para os usuários.


FONTE:
Vanja Boaventura
Assessoria de Comunicação e Marketing (ASCOM)-Cogerh

MINISTRO GEDDEL VIEIRA, QUER CONCLUIR A TRANSPOSIÇÃO EM OUTUBRO DE 2010.






VÍDEO SOBRE...


Obras de transposição do Rio São Francisco estão avançadas









MINISTRO GEDDEL VIEIRA, QUER CONCLUIR A TRANSPOSIÇÃO EM OUTUBRO DE 2010


O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, cobrou dos empresários que estão realizando obras nos 14 lotes, dentro do projeto de transposição das águas do São Francisco, que tudo seja concluído em outubro de 2010.

Ele enfatizou que está pedindo o cumprimento dos prazos e com isso vai gerar mais empregos.


"A previsão é de que já nesse primeiro semestre o número de trabalhadores diretamente envolvidos no Projeto salte dos pouco mais de dois mil para cerca de quatro empregados. Até o final do ano, serão cerca de 15 mil trabalhadores com carteira assinada", afirmou o ministro em declaração a imprensa durante a reunião.


Ao todo, o projeto engloba 14 lotes divididos em dois grandes canais dos eixos Norte e Leste. Ao final, levarão a água do São Francisco ao Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Pernambuco.


Período chuvoso - As obras de interligação do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional começam a sofrer com o período chuvoso que está começando. A informação é do Chefe do Estado Maior, do 1º Grupamento de Engenharia da Construção, Marcos de Oliveira, que coordena os trabalhos realizados pelo exército na região.

"Neste período, o andamento das obras sofrem com a questão das chuvas. Mas, estamos com cerca de 200 homens, entre o eixo Norte e Leste, trabalhando para fazer dois canais", informou.

Coronel Marcos de Oliveira, explica que no eixo Norte, localizado no município de Cabrobó, em Pernambuco, terá um canal com extensão de dois quilômetros que vai sair do Rio São Francisco até uma estação de bombeamento d\'água. No local está sendo construída a barragem de Tucutu, para regular o nível da água do canal.

Já no eixo Leste, um procedimento semelhante está sendo executado. Um canal vai sair da represa de Itaparica, percorrendo cinco quilômetros até chegar uma estação, que também está sendo edificada. O eixo Leste contempla 287 quilômetros e beneficiará os Estados de Pernambuco e Paraíba.

Já o eixo Norte, com seus 426 quilômetros, atenderá, além de Pernambuco, Paraíba, também os Estados do Rio Grande do Norte e Ceará. Ao final das obras, o Projeto São Francisco poderá levar água a mais de 12 milhões de pessoas do semi-árido nordestino.


Por Fernanda Medeiros,
Da Agência de Notícias do Nordeste

quarta-feira, 18 de março de 2009

BARRAGEM DE ENGENHEIRO ÁVIDOS: RISCO OU EXAGERO?




BARRAGEM DE ENGENHEIRO ÁVIDOS: RISCO OU EXAGERO?
Por JACKSON QUEIROGA


O Ministério Público Federal em Sousa, através de uma audiência ministerial que contou a presença com engenheiros do próprio MP e do Dnocs, membros da comissão gestora do Açude Engenheiro Ávidos e São Gonçalo e ainda do Vereador Daniel Pinto Gadelha, solicitou ao Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), inspeção no açude de Engenheiros Ávidos localizado em Cajazeiras. Há preocupação em saber se o açude pode ter estrutura comprometida pelo excesso do volume de água.
O pedido foi feito pela procuradora da República Lívia Maria de Sousa, que recebeu denúncia de que o excesso de água das recentes chuvas estaria comprometendo a capacidade de armazenamento. Esse assunto mais uma vez em tantos anos vira polêmica, chamando atenção das pessoas e dividindo opiniões: afinal há ou não risco de rompimento da barragem de Engenheiro Ávidos? Com intuito de esclarecer essa questão a equipe de reportagem da Revista Dimensão procurou o Engenheiro de Minas Nível Máster, Francisco Antônio Braga Rolim, popularmente conhecido como Catonho, com comprovada experiência no assunto, para responder algumas de nossas indagações. Por telefone ele nos concedeu a seguinte entrevista.

JACKSON QUEIROGA – No momento em que os técnicos e engenheiros do DNOCS não deixam a barragem de Engenheiro Ávidos (Boqueirão) chegar a 100% da capacidade de armazenamento, seria essa uma prova da fragilidade e do risco de rompimento?

Eng. Francisco Antônio Braga - Não resta qualquer dúvida desse fato, pois mesmo o DNOCS não tendo no seu quadro profissionais especializados em geotectonismos, geotecnia e mecânica das rochas (e com sensibilidade aguçada para "sentir" os sintomas), seus técnicos tem a experiência de saber quando uma barragem está sendo solicitada além do que sua capacidade de segurança permite. Nesse caso de Ávidos, eles não sabem e não enxergam o porquê os sinais de fragilidade da barragem são emitidos.

Ao não permitir que a barragem Ávidos atinja sua capacidade plena, todos os anos o estado da Paraíba perde um volume de água suficiente para abastecer a população de todo o sertão do estado, além da população da cidade de Campina Grande, somente considerando a diferença de volume entre o máximo e o que é permitido! Deve ser esclarecido o fato de que toda barragem é projetada com fator de segurança elevado, portanto, o volume dágua a ser armazenado em uma barragem deve ultrapassar com grande margem de segurança o que foi projetado.
Dessa forma, a barragem em discussão poderia atingir com plena segurança o volume de 300 milhões de metros cúbicos e sua estrutura permanecer estável, porém, todos sabemos que isso não ocorre. Pelo contrário, ao atingir cerca de 70 % do volume de projeto (o volume de projeto é de 255 milhões de metros cúbicos), já há incertezas da segurança dessa barragem, e grande parte da população entra em estado de temor com um possível arrombamento.


J.Q - Há risco real de arrombamento da barragem do açude de Engenheiro Ávidos? Por quê? Eng. Francisco Antônio Braga - Sim. Por dois principais motivos:
Primeiro, porque a Barragem foi construída em ambiente geológico que sofreu uma forte perturbação tectônica, de magnitude tão elevada que causou o rompimento e o afastamento da cadeia de montanha, e formou o atual boqueirão e a drenagem regional. Por força desse tectonismo, grande parte das rochas ficaram fraturadas (em forma de grandes blocos).
Portanto, são blocos de rochas necrosadas que, quando há o acúmulo de grandes volumes de água por um tempo longo, tendem a sofrer deslizamentos e/ou escorregamentos, e obviamente transmitem à barragem, fragilizando-a, já que a mesma constitui-se em uma simples (e pequena) extensão ou segmento da cadeia de montanhas, onde esta cadeia de montanhas tem o completo domínio e é muito mais resistente do que a barragem. Os sinais (ou sintomas) da fragilidade da barragem são as contínuas e recorrentes rachaduras, crateras e buracos que subitamente e inadvertidamente ocorrem. Portanto, devido ao forte tectonismo ocorrido, o mesmo é verdadeiro responsável pelos abalos na barragem.

Segundo, porque, devido ao tectonismo, e ao ambiente geológico instabilizado, o projeto da barragem deveria ter dado maior atenção ao fator geotectônico em raio de 10 quilômetros, além de estudos geotécnicos e de mecânica de rochas para profundidades de cerca de 50 metros, adaptado para receber os esforços provenientes do substrato geológico (a exemplo das construções no Japão). Infelizmente a barragem não tem essa concepção, e quem projetou não identificou o problema.

J.Q - Se há realmente um risco, por que os engenheiros responsáveis pelo manancial não assumem e tomam providencias cabíveis?

Eng. Francisco Antônio Braga - A resposta anterior quase que esclarece essa indagação, mas, além da incapacidade técnica de enxergar e entender o que está ocorrendo no ambiente geológico perturbado onde a barragem Ávidos foi construída, acredito que também está havendo arrogância e falta de humildade, o que leva ao excesso de confiança. Só que nenhum deles atesta em documento assumindo a responsabilidade. Porque, caso ocorra colapso na barragem, seguramente será em período chuvoso, quando as terras e todos os corpos dágua já estarão completamente encharcados e, como o nível dágua da barragem Ávidos encontra-se a 100 metros mais alto do que as ruas da cidade de Sousa, além de que o volume de água acumulado é grande, portanto, a catástrofe será de proporções gigantescas, e a população sofrerá as consequências pelas milhares de vidas ceifadas e perda do patrimônio.

J.Q - O valor de 2 milhões de reais liberados para a barragem é suficiente para solucionar o problema?

Eng. Francisco Antônio Braga - Não, esse recurso, que não é suficiente, está voltado para estudos técnicos especializados visando o diagnóstico e a comprovação científica do que está causando as rachaduras na barragem, e conclusões do que precisa ser feito para, futuramente, aplicar a solução.


FONTE:
CLICKPB