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ESTUDO: TEMPERATURAS CHEGARÃO A 52ºC ATÉ 2100
REDAÇÃO do TERRA
Lúcia jardim Direto de Paris
Um novo estudo climático realizado por um instituto holandês com mais de 150 anos de tradição em pesquisa de meio ambiente aponta que as temperaturas em determinadas regiões do globo poderão passar dos 50ºC nos próximos 90 anos. Até então, os estudos mais recentes determinavam que o aumento das temperaturas variariam entre 1,1ºC a 6,4ºC, o que torna o estudo holandês alarmante.
» Países da Ásia são mais sensíveis à mudança climática
Índia, Paquistão, Afeganistão e Indonésia foram identificados como países extremamente sensíveis à mudança climática, por sua vulnerabilidade frente a desastres vinculados a este fenômeno, como secas extremas, inundações e ciclones, segundo um relatório científico publicado nesta sexta-feira em Genebra.
O estudo, elaborado pela organização Care International e pelo Escritório de Ajuda Humanitária das Nações Unidas (Ocha), assinala que parte dos desafios políticos, sociais, demográficos, econômicos e de segurança enfrentados por esses países estão vinculados a tais perigos naturais.
"A mudança climática complicará muito as coisas e poderia debilitar os esforços para conduzir tais desafios", declarou Charles Ehrhart, um dos autores do relatório e representante da Care International.
Essa situação não é exclusiva dos quatro países, observam os especialistas, mas também afeta outras nações das regiões do Sael, do Chifre da África e do sudeste da Ásia.
Por sua parte, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, John Holmes, lembrou que nos últimos meses foram vistas "terríveis imagens de pessoas afetadas por catástrofes naturais em diversos pontos do planeta".
Ele mencionou os casos do furacão "Ivan" em Madagascar, a forte seca em zonas do sul e do leste da Ásia, e o ciclone "Nargis" em Mianmar.
Ehrhart explicou que a probabilidade de que inundações, tempestades violentas ou secas resultem em desastres é determinada por fatores como o acesso oportuno e adequado a equipamentos e à informação, e a capacidade de exercer influência política.
O relatório repete a previsão de outras avaliações científicas ao assinalar que haverá um aumento da intensidade, freqüência, duração e alcance de desastres relacionados com o clima.
No entanto, deu esperança ao assinalar que "estes perigos não derivarão necessariamente em desastres, caso os líderes mundiais atuem agora".
EFE
Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.
» Estados darão sugestões contra mudanças climáticas
O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas reuniu nesta sexta-feira representantes de todos os fóruns estaduais com o objetivo de dar sugestões ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas, com lançamento previsto para novembro. O encontro será na Coordenação de Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão.
"O que a gente está querendo é ouvir o que os estados estão propondo, até para poder integrar mais com algumas ações do governo federal" disse o coordenador do Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG), vinculado à Coppe, Marcos Freitas. O instituto dá a base para o funcionamento da secretaria-executiva do fórum.
A contenção do desmatamento é uma das ações consideradas importantes para a área de clima. Freitas destacou nesse sentido que "se não houver adesão dos estados amazônicos, principalmente, é muito difícil alterar o processo de corte ou de valorização de atividades que não venham impactar a floresta".
Ele lembrou que um projeto de lei já encaminhado ao Congresso Nacional define a política nacional de mudança do clima "e terá rebates a nível dos estados".
Em Minas Gerais, por exemplo, o professor da Coppe disse que a preocupação é com o carvão vegetal e a floresta plantada. No caso do Rio de Janeiro e São Paulo, a poluição urbana ganha peso considerável.
Outras questões como vulnerabilidade climática e uso dos solos devem merecer destaque no debate.
Atualmente, existem cerca de 15 fóruns estaduais no país visando a inserir políticas de mudanças do clima. Marcos Freitas informou que alguns estados estão fazendo ações concretas, como estimular o reflorestamento de áreas para seqüestro de carbono ou legislações complementares para contrabalançar a emissão de gases do efeito estufa pela geração de energia termelétrica.
Outros estados priorizam a adoção de energias renováveis ou de uso eficiente de energia, que é o caso do Rio de Janeiro.
Criado por decreto presidencial em 2000, o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas tem previsão de encaminhar as sugestões ao governo federal até setembro próximo.
O documento será analisado pela comissão interministerial a ser criada pelo governo no prazo de 30 dias, para proceder os ajustes necessários. O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas tem como secretário-executivo o físico Luiz Pinguelli, da Coppe/UFRJ.
Agência Brasil
» Nordeste poderá sofrer mais com aquecimento global
Os efeitos do aquecimento global na agricultura e na pecuária brasileiras deverão ser mais sentidos na Região Nordeste, segundo estudo divulgado nesta segunda-feira. Os pesquisadores dizem que isso deve ocorrer por causa do baixo volume de água disponível atualmente no Polígono da Seca.
» IPCC prevê aridez no Nordeste
Um dos temas brasileiros mais discutidos no exterior - a Amazônia - ganhou ainda mais destaque com a divulgação de relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) neste ano.
A maior floresta tropical do mundo, que já perdeu 20% de sua área original, enfrenta o perigo de se transformar parcialmente em savana em conseqüência do aquecimento global, alertou a segunda parte do relatório do IPCC.
Outras regiões do Brasil também seriam afetadas: a região Nordeste pode perder manguezais e ver secar grande parte de suas fontes de água, transformando-se de território semi-árido em terra árida. No Sul, o aumento de precipitações pode obrigar populações a se adaptar.
Mas o próprio órgão reconhece sua dificuldade em lidar com as chamadas "questões regionais", isto é, em avaliar o efeito da mudança climática sobre uma ou outra região específica. No caso brasileiro, por exemplo, a falta de dados limitou o esboço dos alertas.
O perigo para a Amazônia é mencionado de passagem em trechos do relatório. Já em entrevistas com jornalistas, os cientistas disseram que entre 10% e 25% da floresta poderia desaparecer até 2080, dependendo de quanto for a elevação da temperatura.
Por falta de dados, o grupo só pôde conferir uma probabilidade de 50% a esse evento, o que na classificação do IPCC significa "mais provável que improvável".
Um dos modelos adjetivados como mais "catastróficos" analisado pelo IPCC, elaborado pelo Hadley Centre, mostra o ecossistema desaparecendo completamente até 2080.
O desmatamento é amplamente atribuído por ambientalistas a grileiros, fazendeiros de gado e plantadores de soja, acusados de forçar a expansão da fronteira agrícola para áreas virgens da floresta.
O desflorestamento é a segunda maior causa de emissões de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, respondendo por 17,3% das emissões, segundo o IPCC. A primeira causa é a queima de combustíveis fósseis (56,6%).
'Ponto fraco'
Há outras previsões sombrias. Um modelo analisado pelo IPCC diz, por exemplo, que a região Nordeste poderia perder até 75% de suas fontes de água com o aumento da temperatura. A elevação do nível das águas poderia submergir manguezais no litoral nordestino.
Já no sul do País, o perigo é de que ocorram mais chuvas. Mas Paulo Artaxo considera que este fator poderia beneficiar o País, já que nesta região "está 70% do potencial hidrelétrico do País".
A falta de estudos e de dados confiáveis sobre esses processos fez com que a abordagem do IPCC sobre eles tenha sido mínima. Muitos não são sequer citados na síntese do relatório, que a organização divulga nesta semana em Valência, na Espanha.
"Este relatório aborda pouco as questões regionais. Esse é um dos aspectos críticos dele: um refinamento regional próximo de zero", diz a pesquisadora Thelma Krug, líder de uma força-tarefa do IPCC.
Para o físico Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), o desmatamento da Amazônia é o "ponto fraco" do Brasil nas discussões sobre o clima. Em outros aspectos, o País tem "vantagens comparativas" para combater a mudança climática, ele afirma.
"O Brasil tem um programa nacional de álcool e combustíveis renováveis, tem recursos de energia eólica e solar, quer dizer, tem tudo para ser um sucesso energeticamente e ambientalmente. O problema é que tem de encontrar maneiras de evitar o processo de ocupação e destruição da Amazônia."
Para Artaxo, a falta de amplitude dos estudos do IPCC representa um desafio para governos que têm de tomar decisões "com base em uma enorme escassez de dados".
"Requer muita cautela, mas também requer que ações sejam tomadas agora, porque em cinco ou dez anos pode ser muito tarde", ele afirma. "O governo brasileiro tem de adotar estratégias de mitigação desses problemas", ele alerta. No caso amazônico, isto significa "combater a ocupação desordenada" do território.
Jà no caso do Nordeste, defende o cientista, é preciso "investir pesado em programas de irrigação, levar em conta programas de inserção social para ocupar as pessoas que serão afetadas e o redirecionamento da economia local para uma economia sustentável com menos chuvas".
BBC Brasil
A pesquisa foi realizada pelo Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura (Cepagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Segundo o diretor do Cepagri, Hilton Silveira Pinto, "Se pensarmos que o aumento de temperatura fará com que evapore mais água e diminua a quantidade de água nos solos, a agricultura, que já está bem ruim hoje, que é semi-árida, vai ficar ainda pior. Vai ser muito difícil, porque o solo ficará árido. Nem chuva deverá ter mais lá em volume suficiente para a agricultura."
Um dos coordenadores da pesquisa, Silveira disse que o leste da Bahia, por exemplo, que é atualmente um grande produtor de grãos, poderá enfrentar escassez de água para irrigação, com o aumento das temperaturas. "Provavelmente, essa água não vai ser mais possível."
As áreas cultivadas com milho, arroz, feijão, algodão e girassol deverão sofrer queda acentuada no Nordeste do país, o que acarretará perdas de produção. As maiores perdas estão previstas para as culturas de café, soja e café. Conforme o estudo, no Nordeste, o Agreste e a região do Cerrado serão as áreas mais atingidas pela elevação da temperatura.
A pesquisa não é, entretanto, conclusiva e ainda não terá desdobramentos, com novos modelos regionalizados e com mais detalhamento, para garantir a precisão das informações, alertou Silveira.
Os resultados do estudo serão divulgados nesta segunda-feira, durante o 7º Congresso Brasileiro do Agribusiness, em São Paulo.
Agência Brasil
Cientistas de todo o mundo chamaram a atenção neste domingo para o fato de que a rápida destruição de pantanais e mangues no mundo todo está causando a liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono (CO2), o que pode acelerar o aquecimento global.
Um dia antes do início da 8ª Conferência Internacional de Áreas Úmidas, que acontecerá na cidade brasileira de Cuiabá, os cientistas advertiram que as zonas pantanosas do planeta abrigam um volume de carbono similar ao que existe hoje em dia na atmosfera.
"O aquecimento global está acelerando a decomposição dos materiais orgânicos acumulados nos pantanais, o que por sua vez está causando a liberação na atmosfera de gases causadores do efeito estufa, que aumenta a evaporação das águas", disse à agência EFE o cientista americano Eugene Turner, que participará da conferência no Brasil.
O encontro, que entre 21 e 25 de julho contará com a participação de 700 cientistas de 28 países de todo o mundo, pedirá, em sua declaração final, que as nações redobrem urgentemente seus esforços para a preservação das regiões pantanosas do planeta.
O professor Paulo Texeira, coordenador do Programa Ambiental da Região do Pantanal, um projeto conjunto da Universidade das Nações Unidas e da Universidade Federal do Mato Grosso, disse à Efe que a reunião também servirá para "melhorar os trabalhos científicos nos pantanais na América Latina".
Cerca de 20% da superfície da América do Sul é ocupada por zonas pantanosas, mas, segundo os cientistas, estas áreas estão muito mal identificadas e mal catalogadas.
EFE
Agência EFE - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização escrita da Agência EFE S/A.
As conclusões da equipe dirigida pelo pesquisador Andreas Sterl foram publicadas no último número da Geophysical Research Letters.
O grupo, do Instituto Meteorológico Real Holandês de Bilt, afirma que não apenas as temperaturas extremas serão mais altas do que o previsto como as suas ocorrências serão mais numerosa.
As regiões mais sensíveis a aumentos bruscos seriam a Índia, a Austrália, a África do Norte e a América do Sul. Chamado "Quando podemos esperar temperaturas extremamente altas em superfície?", o estudo se baseia em informações estatísticas coletadas após 17 simulações climáticas diferentes, e alerta que diversas regiões do planeta poderão registrar a ocorrência de temperaturas em torno dos 50º até 2100.
Na Índia, por exemplo, os termômetros devem marcar 48ºC a partir de 2050, enquanto que o sul europeu e boa parte dos Estados Unidos serão surpreendidos com 40ºC antes do final deste século.
Na América do Sul, conforme afirmou Sterl em exclusividade à reportagem Terra, as temperaturas em torno dos 45º poderão ser freqüentes próximo à linha do Equador, e a fronteira da Venezuela com a Colômbia pode ser justamente a região a apontar a mais alta marca verificada em todo o estudo: 52,9ºC.
Confira a entrevista com o diretor da pesquisa, Andreas Sterl
Que tipo de eventos contribuem para aumentar drasticamente as temperaturas em determinadas regiões?
Normalmente períodos de seca. Para termos temperaturas realmente altas, acima dos 35ºC, é preciso haver um solo ressecado. Quanto mais tempo existe umidade do solo, através da qual é possível a evaporação dos gases das plantas, existirá um meio natural respiração, e as altas temperaturas são impossíveis.
O homem, por exemplo, executa o mesmo procedimento naturalmente no seu corpo, que transpira quando a temperatura se excede aos seus 37ºC habituais.
Quando não chove por um longo período, o solo fica tão seco que a evaporação cessa. Então, toda a radiação solar vai ser usada para aquecer, ao invés de provocar a evaporação da água presente na umidade do solo. Muito altas temperaturas vão se produzir como efeito disso.
Simulações de clima, como a nossa, apontam para menos chuvas durante o verão em regiões de médias altitudes, de em média de 30 a 50 graus para o norte ou para o sul Brasília está a 15º 45 ao sul e 47º 57 a oeste.
Ainda por cima, a evaporação é cada vez maior, quanto maior a temperatura. Logo, esses dois efeitos juntos aumentam as chances de aquecer o solo e por conseqüência o aumento generalizado das temperaturas.
O que o homem ainda pode fazer para evitar o aumento exagerado da temperatura?
Reduzir drasticamente a emissão de CO2 e de outros gases de efeito estufa. Na verdade, se formos sinceros, essa resposta não é correta: com uma redução significativa (digamos, ao menos 50%) das emissões, a concentração de gases vai aumentar mesmo assim e as temperaturas subir igualmente. No entanto, se o homem agir logo, esse aumento pode ser mais lento.
O seu estudo nos diz que as temperaturas em alguns países podem subir a até 50ºC em 2100. Estes extremos passariam a ser as temperaturas normais nestes lugares ou seriam eventos raros que produziriam um aumento repentino e de curta duração?
Formalmente, o que estamos procurando são extremos de temperatura em 100 anos, ou a temperatura que está chegando a extremos em média uma vez a cada 100 anos, ou em outras palavras que têm chance de 1% de ocorrer em um determinado ano.
Isso soa como algo "raro", sim, mas nós temos de ter em mente que 1% ao ano significa também 10% a cada década, ou seja, temos 10% de ter essa temperatura em algum momento da década. Compare este dado à sua chance de ganhar na loteria!
Ainda por cima, e mais importante, a probabilidade de ocorrência a cada 50 anos ou em cada 20 anos é apenas um pouco mais baixa que a probabilidade de ocorrência em 100 anos.
Resumindo: sim, as extremas temperaturas são raras no sentido de que elas não ocorrerão o tempo todo e nem em todos os anos, mas não tão raras quanto nós gostaríamos.
O que o seu estudo concluiu sobre a América do Sul? Existe alguma estatística sobre a Amazônia, por exemplo?
Não especificamente. No entanto, acontece que o mais alto ponto de acordo com a nossa simulação é próximo dos 69º a oeste e 6º a norte, ou seja, na fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, onde identificamos a probabilidade de ocorrência de temperatura de até 52,9ºC em algum momento dos próximos 100 anos.
Até o momento, porém, nós não sabemos por que isso acontecerá, e inclusive não descartamos a hipótese de haver um erro no modelo. No resto da América do Sul, nossos gráficos apontam que valores típicos de temperatura serão superiores a 45ºC.
O que se pode esperar para o século seguinte a 2100 sob o aspecto das temperaturas? Elas continuarão a subir?
Nós não simulamos nada para além de 2100. No entanto, é quase certo que as temperaturas vão continuar a subir após a virada do próximo século.
Primeiro, me parece um pouco insensato pressupor que as emissões de gases vão acabar. Com altas concentrações de gases, as temperaturas vão aumentar cada vez mais também.
Segundo, mesmo que as concentrações de gases se tornem constantes após 2100, o sistema climático mundial não estaria em equilíbrio porque os oceanos demoraram muitos anos para esquentar.
Este "comprometimento de aquecimento" é estimado a 0,4ºC da temperatura global média hoje: se as emissões parassem hoje, a temperatura global média continuaria a aumentar 0,4ºC até se estabilizar.
Qual é o método de cálculo para as estatísticas?
Vou tentar explicar, é bem complicado. Nós utilizamos um modelo climático. É um programa de computador onde centenas de dados já conhecidos sobre o clima - dados atmosféricos, oceânicos, das geleiras, etc - interagem entre si em diferentes cenários.
Para dar um exemplo simples, se a umidade do ar aumenta e refresca, o vapor será condensado em gotas e vai chover, como nós sabemos. A água é, portanto, em parte drenada em direção aos rios, em parte evaporada. A evaporação esfria a temperatura, que muda a pressão atmosférica, e assim por diante.
Nós determinados, então, as concentrações de CO2 na atmosfera.
Especificamente, nós usamos o cenário SRES A1b. A grosso modo, neste cenário as emissões de CO2 continuam a crescer bastante até 2050, quando elas começam a cair ligeiramente, embora as concentrações continuem a crescer na atmosfera. Então nós deixamos o modelo calcular o desenvolvimento da temperatura entre 1950 e 2100, e repetimos este processo 17 vezes.
Com os resultados, nós obtivemos em cada ponto da superfície as temperaturas mais altas em cada ano. Esta informação da temperatura máxima anual se ajusta a uma tabela de GEV (Valores Gerais Extremos, na sigla em inglês).
A teoria matemática diz que os extremos, seja de temperaturas ou se chuvas ou ventos, acompanha os valores de acordo com a tabela GEV. A partir deste ajustamento de dados fica fácil determinar os valores das temperaturas. Nós não somente ajustamos o GEV com o modelo de resultados como também a valores atuais, a partir de observações coletadas em diversos estudos reconhecidos.
Nós então comparamos os valores do modelo-derivado para o clima atual com aqueles derivados das observações e encontramos uma grande diferença.
Então nós percebemos que essa diferença vai continuar constante - e esta é uma audaciosa suposição, eu sei − e a subtraímos do modelo de valores no final do século. São estes valores com "tendência corrigida" que apresentamos no nosso relatório.
FONTE:
REDAÇÃO TERRA
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3122853-EI8278,00.html
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